O melanoma é um tipo de câncer de pele que se origina no melanócito, podendo acometer a pele, mucosas, unhas, olhos e o sistema nervoso central. É mais frequente em adultos brancos, mas pode aparecer em negros, principalmente na palma e planta.
O melanoma representa cerca de 4% dos cânceres de pele e provoca 70% da mortalidade por câncer de pele. Portanto, apesar de ser um câncer mais raro, ele é considerado um câncer mais agressivo e é responsável por um grande percentual das mortes relacionadas ao câncer de pele. Pacientes devem ser orientados a fazer o autoexame da pele, buscando por lesões alteradas, principalmente em áreas cobertas pela roupa, inclusive palma, planta, região genital, unhas e boca.
O melanoma comumente se parece com uma pinta, costuma ser uma lesão pigmentada marrom ou preta e pode chamar atenção por ser diferente das demais pintas do paciente. A regra do ABCDE pode auxiliar no reconhecimento de uma lesão suspeita de melanoma:
A – Assimetria: um lado da lesão é diferente do outro;
B – Bordas (contornos da lesão): são irregulares;
C – (cores): a lesão tem três cores ou mais;
D – Diâmetro (tamanho): ≥ 6 milímetros (0.6 cm).
Alguns pacientes podem referir modificação da lesão, acrescentando ao ABCD, a letra E de evolução, a qual corresponde a aumento de tamanho, mudança de cor ou na forma da lesão (“pinta”). Lesões de melanoma são mais frequentemente assimétricas, com contornos irregulares, múltiplas cores, tamanho acima de 6 milímetros e estão em evolução, ou seja, são lesões dinâmicas, que se modificam. Essas alterações são importantes de serem reconhecidas, pois o melanoma pode ter uma aparência de pinta comum (como se fosse “o lobo em pele de cordeiro”).
Diante de uma suspeita clínica de melanoma, o paciente deve ser avaliado com prioridade alta pelo Dermatologista para fazer o exame de dermatoscopia da lesão. Se a lesão for realmente considerada suspeita, o dermatologista irá indicar a biópsia da lesão para exame anatomopatológico.
Dra. Cristiane Cárcano recomenda que as pessoas façam o auto-exame da sua pele com regularidade e ao identificarem uma pinta alterada, procurem um Dermatologista. O diagnóstico precoce do melanoma é fundamental, pois o paciente tem mais chances de cura quanto mais inicial a lesão for detectada.
O câncer de pele não melanoma é muito frequente, representa 30% de todos os cânceres. A mortalidade é baixa, porém pode ser muito mutilante e causar grande dano estético ao paciente com o tratamento.
Os principais tipos são o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC). Geralmente ocorre em pessoas acima dos 40 anos. São fatores de risco para o câncer de pele: pessoas de pele clara, cabelos e olhos claros, ruivos, peles com grande sensibilidade ao sol e que se queimam facilmente quando expostos ao sol e pessoas que trabalharam ou que tiveram intensa exposição ao sol durante a vida. A lesão costuma ser rosada, endurecida, pode ter uma área que sangra fácil e o paciente costuma referir que sangra com trauma leve, como quando passa a toalha, ou seja é uma lesão que não cicatriza.
O diagnóstico depende da avaliação clínica e a Dermatoscopia pode auxiliar o médico na suspeita do diagnóstico, mas o diagnóstico definitivo é feito pela biópsia de pele com exame anatomopatológico (avaliação histológica).
O tratamento do câncer de pele depende da localização, do tamanho da lesão e do tipo histológico (definido pelo exame anatomopatológico), e deve ser feito com cirurgia sempre que possível, mas há opções de tratamento não-cirúrgicos disponíveis para os pacientes que possuem alguma contra-indicação cirúrgica.
O prognóstico é variável, podendo ser bom se a lesão for detectada em estágio inicial. Porém, algumas lesões podem ter risco de recidiva e de metástase (disseminação à distância). De modo geral, as lesões localizadas na região central do rosto são mais preocupantes. O melhor tratamento para o paciente deve ser individualizado.
A Dra. Cristiane Cárcano é Oncodermatologista e tem experiência no cuidado de pacientes com câncer de pele.