Manchas dormentes na pele: pode ser HANSENÍASE?

Sim… Uma mancha ou uma área dormente na pele pode ser um sinal de Hanseníase.

Neste artigo, vou falar sobre a Hanseníase em detalhes, uma condição que é muito antiga e que ainda persiste no Brasil e permanece como um grave problema de saúde pública. 

São cerca de 30 mil casos por ano diagnosticados em nosso país, o que coloca o Brasil como o segundo país do mundo em número de casos. 

Um dos maiores desafios na luta contra a Hanseníase é o diagnóstico precoce.

Muitos casos de Hanseníase passam despercebidos devido a uma série de fatores, incluindo falta de conhecimento sobre a doença, estigma social e dificuldades de acesso aos serviços de saúde, especialmente em áreas rurais e remotas.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente a pele, os nervos periféricos e, em casos mais graves, órgãos internos. Pode acometer pessoas de qualquer idade, inclusive crianças.

Por afetar os nervos periféricos, que são os nervos que inervam a face, os olhos, o nariz e os membros, a Hanseníase pode gerar deformidades e sequelas, como cegueira, perfuração do septo nasal, garras nas mãos e pés e feridas em plantas dos pés. 

Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante, pois pode evitar o surgimento das incapacidades físicas. 





A Dra. Cristiane Cárcano é Dermatologista clínica e possui vasta experiência na área de Tricologia, cuidado de pacientes com queda de cabelo e alopecias.

A Dra. Cristiane Cárcano recebeu sua graduação em Medicina em 1998 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), umas das mais reconhecidas e tradicionais Instituições de Ensino Médico do país. Realizou Residência Médica em Clínica Médica. E na seqência, ingressou na Residência Médica de Dermatologia no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, one concluiu programa em 2008.

É membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) após ser aprovada na prova de Título de Especialista em Dermatologia. Por mais de 10 anos foi Dermatologista no Hospital de Amor (Barretos) onde desenvolveu projetos de assistência, ensino e pesquisa, principalmente ligados à área de Dermatologia oncológica (Oncodermatologia). Foi professora do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde Dr. Paulo Prata (FACISB), onde contribuiu para a formação de mais de 500 novos médicos, e também fundou e coordenou a Residência Médica de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Barretos.

No início de 2023, Dra. Cristiane Cárcano mudou-se para a cidade de Nova Lima onde atende pacientes com doenças de pele e cabelo em seu consultório particular e também faz parte do corpo clínico do Cancer Center Oncoclínicas, onde coordena o Núcleo de Dermatologia.

Veja o que os pacientes estão dizendo sobre a Dra. Cristiane Cárcano:








A Hanseníase tem tratamento e TEM CURA.

O médico responsável por tratar pacientes com Hanseníase é o Dermatologista ou o Hansenólogo. Para saber mais sobre outras doenças que o Dermatologista trata clique aqui.

A Dra. Cristiane Cárcano é Dermatologista clínica e possui vasta experiência no cuidado de pacientes com doenças de pele, incluindo aqueles que possuem Hanseníase.

Para saber mais sobre a Dra. Cristiane Cárcano clique aqui.


1- Qual a causa da hanseníase?

A Hanseníase, antigamente chamada de lepra, é uma doença infecciosa crônica causada por uma bactéria que se chama Mycobacterium leprae, conhecido como bacilo da Hanseníase.





2- Como a Hanseníase é transmitida?

Ela é transmitida principalmente por meio de secreções respiratórias, eliminadas através da fala, da tosse e do espirro de pessoas infectadas.

O longo período de incubação (tempo que a doença demora para se manifestar), que pode levar de 2 a 10 anos, torna difícil identificar a origem da infecção.


3- Quais são os principais sintomas da Hanseníase?

Os principais sinais e sintomas da Hanseníase são o aparecimento de manchas na pele (esbranquiçadas ou vermelhas) com diminuição ou ausência de sensibilidade, ou seja, lesões ou áreas de pele dormentes.

A sensibilidade ao calor, frio, toque ou dor pode estar reduzida ou ausente na área afetada. 

Em alguns casos, não há surgimentos de alterações na pele e os sintomas neurológicos predominam, como dormência, formigamentos, “fisgadas”, sensação de pinicação ou picada, dor em queimação, principalmente localizadas em membros, como mãos e pés.

Cãibras localizadas em alguma região do corpo também podem ocorrer.

Na pele podemos observar áreas com perda de pelos, redução da sudorese, pele seca, caroços pelo corpo, feridas que não cicatrizam.

Outros sintomas são: sangramento e ressecamento do nariz, olhos ressecados, inchaço das mãos, pés e articulações e redução da força muscular de mãos e pés. 

Para saber mais sobre os sinais e sintomas da Hanseníase clique aqui.

4- Como é feito o diagnóstico da Hanseníase?

Além da análise dos sintomas, a Hanseníase é diagnosticada através do EXAME  DERMATONEUROLÓGICO, ou seja, através do exame dermatológico, buscando por alterações da pele e pelo exame neurológico, o qual envolve a avaliação dos principais nervos periféricos (nervos que inervam os olhos, o rosto, as mãos e os pés).

O médico treinado e habilitado para fazer o diagnóstico de Hanseníase, examina a pele e os nervos periféricos e faz os testes de sensibilidade. 

teste de sensibilidade superficial é fundamental para auxiliar no diagnóstico. O teste de sensibilidade, também chamado de pesquisa de sensibilidade, envolve a pesquisa das sensibilidades térmica, dolorosa e tátil diretamente na pele do paciente. 

É um teste que deve ser sempre realizado na suspeita clínica de Hanseníase. Quando há uma diminuição ou perda da sensibilidade em alguma região do corpo, o teste de sensibilidade deve ser realizado.

Até o presente momento, diagnóstico da hanseníase é principalmente clínico e ainda não há um exame capaz de diagnosticar 100% dos casos, ou seja, não existe nenhum exame melhor do que o exame clínico para fazer o diagnóstico de Hanseníase.

Clique aqui para assistir ao vídeo onde a Dra. Cristiane Cárcano fala sobre Hanseníase.





5- Quais são as principais formas clínicas de Hanseníase?

A Hanseníase tem 2 formas clínicas principais:

1) Paucibacilar: quando paciente possui menos de 5 lesões de pele ou apenas 1 nervo periférico acometido.

2) Multibacilar: quando paciente possui 5 ou mais lesões de pele ou 2 ou mais nervos periféricos acometidos.

É importante classificar qual a forma clínica do paciente para definir o tratamento adequado.

6- Existem exames complementares que podem auxiliar no diagnóstico da Hanseníase?

Existem alguns exames que podem auxiliar no diagnóstico da Hanseníase. Os principais exames são:

– Baciloscopia: é um exame realizado para a pesquisa do bacilo da Hanseníase. Esse exame é realizado através do uso de colorações especiais em fragmentos de biópsias de pele (baciloscopia da biópsia) ou através da retirada de secreção da região mais profunda da pele (baciloscopia do raspado intradérmico) das orelhas, cotovelos, joelhos e também, de lesões de pele sugestivas de Hanseníase. 

– Biópsia de pele ou de nervo periférico: também pode ser usada para auxiliar no diagnóstico há Hanseníase. Neste exame, o Dermatologista faz a retirada de um pequeno fragmento da pele alterada e encaminha esse material para a análise do médico patologista. Este exame não é doloroso, pois é realizado anestesia antes de se fazer uma biópsia de pele. 

– Ultrassonografia dos nervos periféricos: permite avaliar alterações anatômicas nos nervos, como presença de espessamentos, abscessos, fibrose, etc

– Eletroneuromiografia: exame que avalia a função dos nervos periféricos. Como a Hanseníase acomete os nervos periféricos, pode ocorrer alterações na condução nervosa.

Recentemente, 3 testes laboratoriais estão sendo incorporados ao SUS:

– Teste rápido de Hanseníase: foi disponibilizado no SUS para contatos familiares dos pacientes. 

– Teste que detecta o DNA do bacilo da Hanseníase: feito através da realização de uma biópsia de pele. Este exame estará disponível apenas nos Centros de Referência especializados em Hanseníase.

– Teste detecta o DNA do bacilo e ainda demonstra se ele é resistente ou não aos medicamentos que são utilizadas no tratamento da Hanseníase. Esse teste é realizado somente nos Centros de Referência especializados em Hanseníase.

Mas, mesmo com o auxílio destes exames de apoio, o diagnóstico da hanseníase é principalmente baseado na análise das alterações clínicas e no exame de sensibilidade superficial da pele.

7- Como é feito o tratamento da Hanseníase?

O tratamento da Hanseníase é fornecido de forma gratuita pelo SUS. É um tratamento altamente eficaz, e a cura é possível se a doença for detectada e tratada de forma correta, com adesão do paciente. 

O paciente se cura e ainda não transmite a doença ao ser tratado.

O protocolo de tratamento da Hanseníase envolve uma combinação de antibióticos administrados ao longo de vários meses (6 ou 12 meses, dependendo das formas clínicas da doença).

No entanto, quando o diagnóstico é tardio, os danos aos nervos e às extremidades podem se tornar irreversíveis. Portanto, é possível curar a Hanseníase com o tratamento, mas as sequelas podem ser permanentes, dependendo da intensidade com que os nervos são afetados.

Importante ressaltar que com o diagnóstico precoce é possível curar a Hanseníase sem deixar sequelas e incapacidades físicas. 

8- Tem como prevenir a Hanseníase?

A prevenção da Hanseníase envolve diagnosticar e tratar os casos da doença, pois isso evita que o paciente transmita a doença.

Além disso, é necessário fazer uma avaliação dos contatos, ou seja, das pessoas que possuem contato diário e frequente com o doente de hanseníase. São os conatos que moram com o doente. Contato de hanseníase é a pessoa que vive ou que viveu (nos últimos 5 anos) com alguém que foi diagnosticado com hanseníase. 

O objetivo maior é quebrar a cadeia de transmissão da doença, ou seja, evitar que as pessoas entrem em contato com o bacilo da Hanseníase.

9- Como combater o estigma contra a Hanseníase?

O estigma em torno da Hanseníase é um dos fatores mais prejudiciais que contribuem para o diagnóstico tardio. A condição é frequentemente associada a preconceitos e estereótipos negativos, levando à discriminação contra aqueles que a contraíram. 

Muitos pacientes escondem sua condição devido ao medo do estigma, o que torna ainda mais difícil identificar e tratar a hanseníase a tempo.

A informação e as campanhas de conscientização são os pilares fundamentais para combater o estigma. Não se pega Hanseníase ao apertar a mão de uma pessoa e nem com abraço. 

É importante oferecer apoio psicológico aos pacientes com Hanseníase.

O “Janeiro Roxo” é o mês voltado para a conscientização mundial sobre a Hanseníase.



10- Quais são os principais desafios no controle da Hanseníase?


O diagnóstico precoce da Hanseníase é essencial para evitar as sequelas e quebrar a cadeia de transmissão da doença. Para que isso ocorra é fundamental realizar ações coordenadas em várias frentes. 

educação pública desempenha um papel crucial na disseminação do conhecimento sobre a doença e na redução do estigma associado a ela. Campanhas de conscientização podem ajudar a informar a população sobre os sintomas da hanseníase e a importância de buscar tratamento precocemente.

Além disso, é necessário treinar profissionais de saúde para identificar os sinais da hanseníase e garantir que os serviços de diagnóstico e tratamento estejam disponíveis e acessíveis aos pacientes.

A Dra. Cristiane Cárcano realiza treinamentos e capacitações para profissionais de saúde da Atenção Primária sobre Hanseníase. Esse é um pilar importante para auxiliar no diagnóstico precoce dessa condição.

Também é fundamental adotar estratégias de rastreamento ativo da doença. Isso envolve a busca ativa por casos de hanseníase em grupos populacionais de maior risco, em vez de esperar que os pacientes busquem tratamento por conta própria. Por isso que a avaliação dos contatos de hanseníase é tão importante

Outra abordagem importante é o envolvimento de organizações não governamentais e instituições de caridade na luta contra a Hanseníase. Muitas dessas organizações desempenham um papel fundamental no apoio aos pacientes, na conscientização pública e na promoção da igualdade e dos direitos dos afetados pela Hanseníase.

Além disso, é crucial fortalecer a pesquisa científica sobre a Hanseníase. Compreender melhor a epidemiologia da doença, os mecanismos de transmissão e os fatores de risco pode ajudar a direcionar esforços de prevenção e controle de forma mais eficaz.

Para combater a Hanseníase e reduzir seu impacto na saúde pública é necessário um esforço conjunto que envolva educação pública, treinamento de profissionais de saúde, acesso facilitado a serviços médicos e pesquisa contínua

Ações coordenadas e abrangentes são essenciais para enfrentar a hanseníase e trabalhar para sua eliminação efetiva no Brasil. Juntos somos mais fortes!





A Dra. Cristiane Cárcano é Dermatologista clínica e possui vasta experiência no cuidado de pacientes com doenças de pele, incluindo aqueles que possuem Hanseníase.

Para saber mais sobre a Dra. Cristiane Cárcano clique aqui.


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